Tá na capa do jornal, estampado na memória
Olaria é resistência escrevendo a sua história
A luz que emana em cada sobrevivente
É a luz do povo preto independente
Já é noite de brindar a Lua
Que alumia a rua nessa madrugada
Meu povo nesse rio a francesa
Ocultado num cenário de beleza
É marginalizado mesmo sendo
Corpo e alma
Firma no couro, na palma da mão
Solta a voz, cai na folia
Faz da sua arte, a libertação
Arma contra a opressão do dia
Ê nêgo caça o pão de cada noite
Nesse submundo o emprego de quem enfrentou o açoite
No balanço do trem, não vive só da lida
Cai no forrobodó e se joga na boemia
Ôô vou no tambor
Do terreiro de Alabá
Mandinga
Parada em Ramos pra saravá
A cultura é popular
Tem ginga
Roda do samba é fundamento e magia
Vem da Bahia! Vem da Bahia!
Ô malandragem o samba não é pra doutor
É do morro sinhô é do morro sinhô!
No fim da escuridão, vaga-lumes no arrebol
E o Lobo busca seu lugar ao Sol