Minha Terra

Roberto Ávila

Nasci lá em Ouro Verde, distrito de Cambará
Cresci comendo pinhão, cuscuz e pão de fubá
Eu falei em Ouro Verde pra prosa ser entendida
Mas foi na Olaria Velha, que era bem mais escondida
Vizinha da Grota Feia, ao lado do Caia Piá
Perto do Fundo do Leão, dava medo só em falar

Família grande e unida, de um povo trabalhador
Mesmo sem grande fartura, pouca coisa nos faltou
Apesar da lida dura, muito frio e pouco calor
O respeito e a honestidade foi o que sempre sobrou

Cheguei numa madrugada, com quatro quilos e meio
E a beleza bem pouca, todos diziam é feio
A parteira dona Acácia, muita gente conheceu
Minha mãe a dona Ilda e o pai o seu Elizeu
Os irmãos perto de dez, dois partiram ainda bebê
Esta, era a realidade de uma casa sem tevê

Família grande e unida, de um povo trabalhador
Mesmo sem grande fartura, pouca coisa nos faltou
Apesar da lida dura, muito frio e pouco calor
O respeito e a honestidade foi o que sempre sobrou

Meu primeiro dia de aula nunca mais vou esquecer
Estava com muita vergonha, não queria aparecer
Te tanto que me ajeitaram entrei na pequena Escola
Tia Marciana me agradando e eu nem tava dando bola
Único jeito que teve, foi sentar bem ao seu lado
De costas pra todo mundo, que estavam achando engraçado

Família grande e unida, de um povo trabalhador
Mesmo sem grande fartura, pouca coisa nos faltou
Apesar da lida dura, muito frio e pouco calor
O respeito e a honestidade foi o que sempre sobrou

Um pouco da minha história que nunca saiu da mente
Está viva na memória e a saudade todos sentem
Esquecer é impossível, por mais que agente tente
Tenho orgulho desta terra
Tenho orgulho deste chão
Do coração, da nossa gente

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