Doce Figo

Renata Almeida

Ao longo dos meus ramos cobriam verdes folhas
Brilhantes de orvalhos, redondos como bolhas
O caule tortuoso, de bela escultura
Não dava os seus brotos os pomos com doçura

Aparentava apenas ser árvore de frutos
Mas nada produzia, além de verdes musgos
Então alguém passando, falou-me com carinho:
“Figueira, não iluda os homens do caminho”

Pra que fingir ser boa, mais forte e graciosa
Se nunca deu um figo em sombra tão frondosa?
Em nada anuncie aquilo que não gera
Assuma as folhas secas por toda a primavera

Fingir que é formosa, burlando a verdade
Só traz pra sua vida vazio e inimizade
Revele sua essência, espere o tempo certo
Que todo bem alcança a fé de peito aberto

Desperte a coragem
Enquanto imperfeita
O belo é assumir-se
Na paz de quem se aceita!

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