Filho de Carreiro

Poeta e Trovador

Recordo ainda aquelas jornadas
Cortando estrada lá no meu sertão
Um carro velho e uma boiada
Ali estava nosso ganha pão

Meu dizia, meu filho, querida
Vai ficar moço e vai ser carreiro
Entusiasmado com a voz do velho
Eu trabalhava como candeeiro

Vai boi, vai
Cabeça baixa na estrada empoeirada
E o gemido dos cocões do nosso carro
Se ecoava de quebradas em quebradas

Porém um dia o meu pai ficou doente
Parou o carro e não pode mais trabalhar
Eu tinha apenas doze anos de idade
Não tinha forças pra poder continuar

E numa tarde quando cheguei da escola
Vi minha mãe ajoelhada ali no chão
Perto da cama e o meu pai quase morrendo
E me pediu para cantar este refrão

Vai boi, vai
Cabeça baixa na estrada empoeirada
E o gemido dos cocões do nosso carro
Se ecoava de quebradas em quebradas
Vai boi, vai

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