A Vertente da Milonga

Pirisca Grecco

Quem tem os sonhos no campo
E o sortilégio na estampa
Já perseguiu pirilampos
Forjando a noite do pampa

Quem viu a lua redonda
Banhando as crinas no rio
Cantou esporas de ronda
Pra milonguear desafios

Quem desatou o atavismo
Do memorial dos galpões
Conhece o fogo e o lirismo
Da pulsação dos violões

Sabe que o canto dos galos
É a saudade do azul
Querendo o sol de à cavalo
Pelas planícies do sul

A milonga é uma vertente
De há muito, não é segredo
É o pampa dentro da gente
Querendo vazar nos dedos

Quem se perdeu em repontes
Seguindo o ocaso das brasas
Já aramou horizontes
Pra ter aurora nas casa

Quem colhe a rosa dos ventos
E bebe estrelas na sanga
Tem tanto pampa por dentro
Que se derrama em milonga

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