Preto, Índio, Pobre

Paulo Ciranda

Preto, índio, pobre
Podem continuar a matar
Pois não são daqui
Desse lugar de rico se fartar

Mas o que acontece
Quanto mais eles nos matam
Sempre estamos de volta
Na insistente presença nossa

Incomodando, ocupando guetos e periferias
Onde ainda nos restam florestas
No interior, beira rios

Distantes do grande mar
Da lama que se fabrica
Do veneno que se espalha
E apodrece os canalhas
Que estão a se queimar

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