Trovoadas

Os Monarcas

Um estrondo no infinito
Estremesse a tarde quente
E uma adaga incandescente
Lambeja rasgando o céu

O vento chega assobiando
Com seu tranquito apurado
Convidando pra um bailado
O meu lenço e o chapéu

Tal qual uma tropa arisca
Disparam as folhas mortas
Das serventia das portas
Justificam-se as tramelas

A poeira inventa um fandango
Com fúria de rebeldia
Da tosca coreografia
Que adentra pela janela

Lembrei do poeta e amigo (pantalhão)
Que gineteou o temporal (pantalhão)
A inspiração natural
Sem arma e sem munição

E a natureza em buchincho
Vai levando o dia embora
Retratando o campo a fora
Os versos do pantalhão
(Retratando o campo a fora)
(Os versos do pantalhão)

Mormuram os alambrados
Nas coxilhas e canhadas
E a fanfarra das trovoadas
Vem sinuelando as tormentas

Quando se rompem barrancos
A água se desembesta
Assim que achar uma fresta
Na taipa que se arrebenta

Pra um arremedo da noite
A escuridão vem ao mundo
E num grave lá no fundo
Os trovões roncam mais grosso

Pra um pito o fogo não vinga
Só faísca que se cria
É igual mate de água fria
Ou cangalha sem pescoço

Lembrei do poeta e amigo (pantalhão)
Que gineteou o temporal (pantalhão)
A inspiração natural
Sem arma e sem munição

E a natureza em buchincho
Vai levando o dia embora
Retratando o campo a fora
Os versos do pantalhão
(Retratando o campo a fora)
(Os versos do pantalhão)

Lembrei do poeta e amigo (pantalhão)
Que gineteou o temporal (pantalhão)
A inspiração natural
Sem arma e sem munição

E a natureza em buchincho
Vai levando o dia embora
Retratando o campo a fora
Os versos do pantalhão
(Retratando o campo a fora)
(Os versos do pantalhão)

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