Samba da Agonia

Mucambo

A vida na caatinga não é nada brincadeira
Desde muito cedo, meu brinquedo era uma faca
Lutando contra galhos de migalhas recortadas
Samba de repente de repiques distorcidos

Eu falei

Eu danço no meio do terreiro
Até meu sangue esfriar
Meus olhos famintos com sono
E a chibata vem me agraciar

Eu falei, eu falei

A miséria bate a porta de imburana mal lavrada
Um matuto com graveto, traça o rastro de sua morte
No meio do caminho um calango corta o tempo
O sangue se escorre em seus olhos tão pequenos

Eu falei

Pelourinho resiste cansado
Cansado de me segurar
Liberta esse verme pensante
E os seus versos vêm anunciar

Eu falei, eu falei

Eu falei
Eu danço no meio do terreiro
Até meu sangue esfriar
Meus olhos famintos com sono
E a chibata vem me agraciar
Pelourinho resiste cansado
Cansado de me segurar
Liberta esse verme pensante
E os seus versos vêm anunciar

Eu falei, eu falei, eu falei, eu falei

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