Baile Campeiro

Miro Saldanha

Nos pagos da minha terra
O povo tem mais calor
É fácil fazer amigos
E a vida tem mais valor
Quando chega a primavera
Que o campo rebenta em flor
É tempo de armar cambichos
E os ventos falam de amor

E quando tem baile campeiro
O dia tem outra cor
A tarde se faz alegre
E a lida tem mais sabor
A peonada guarda o laço
Os bastos e o tirador
E o mundo vira num rancho
Num fundo de corredor!

E o gaiteiro não se apruma
Num suador de fazê (r) espuma
Meio torto nos arreios
Só diz que “tá muito cheio! ”
E a gaita é uma mamangava
Dessa preta que se encrava
No buraco dos esteios
Dá um resmungo e um floreio
E o Candinho já se solta
Vai no canto e vem na volta
Com a Fermina tranco feio
Bufando e mascando o freio
Num passo de manga-larga
Rachando o salão no meio!

Quem nasceu prá a lida bruta
Tem sina de peleador
Segura os golpes da sorte
Com manhas de domador
E quem tem sangue de gaúcho
Tem sangue de payador
Nasceu com o mapa no peito
E o jeito de laçador!

E quando tem baile campeiro
O dia tem outra cor
A tarde se faz alegre
E a lida tem mais sabor
A peonada guarda o laço
Os bastos e o tirador
E o mundo vira num rancho
Num fundo de corredor!

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