Ausências

Miro Saldanha

Ôh, de casa, grito, por sobre o aramado
E aguardo, ainda montado, como é o costume daqui
Quem vem lá? Grita um piá, da soleira
Corre pra abrir a porteira, estende a mão e sorri
Vim de longe pra ouvir a fonte, que brota
Nessa harmonia de notas que só o silêncio lhe dá
Pó de estrada e o tempo das quatro patas
Me deram noção exata do que é ali e o que é lá

Sou daqui
Mas fui buscar, noutros mundos
Algum olhar mais profundo
E um pôr de sol pra cantar
E descobri
No pôr do sol da querência
Todas as minhas ausências
Guardadas num só olhar

De onde eu vim, eu aprendi, com a tristeza
Como sorrir por proeza, pra ter um dia melhor
E quanto valem as alegrias escassas
Porque é no meio das massas que a solidão é maior
Vim de longe, seguindo o canto dos galos
Nas patas do meu cavalo, terra de todo o lugar
Desencilho, desfaço as mágoas que trago
E reconheço meu pago, ouvindo a cuia roncar

Sou daqui
Mas fui buscar, noutros mundos
Algum olhar mais profundo
E um pôr de sol pra cantar
E descobri
No pôr do sol da querência
Todas as minhas ausências
Guardadas num só olhar

Sou daqui
Mas fui buscar, noutros mundos
Algum olhar mais profundo
E um pôr de sol pra cantar
E descobri
No pôr do sol da querência
Todas as minhas ausências
Guardadas num só olhar

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