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Imigrantes

Milton Sica

Catou quinquilharias
E partiu para o infinito
No ventre um filho bendito
No ventre um filho bendito

Vara fronteiras
Em noites insanas
Vertem lágrimas
Na vida mundana

Cruza oceanos
E afoga os olhares
Águas profanas e dias melhores

Maria vence estradas
Maria balança nas ondas
Léguas de chão e trilhas de pó
Milhas de sal e águas sem dó

Na margem oposta
A utopia distante
Frenética fuga
Da sina migrante

Maria não cansa
E caminha ofegante
Maria extravasa
Um sonho à deriva
Partiu Maria
Pariu longe de casa