Enquanto ando ao encontro da chuva
Fujo da sombra da minha consciência
Trago teu sabor no aroma da uva
E o encanto da vinha na tua ausência
Vou ao encalço de um profundo riacho
E deixo na margem a lágrima escondida
Que salga as rugas na tez de um macho
E cicatrizam no peito, antigas feridas
Procuro sossegos encobertos no açude
Acariciando a película das mágoas
Refaço os meus encontros rudes
Remando silêncios no lodo das águas
Acompanho só o ocaso dos remansos
No horizonte insano das taipas futuras
Ao som das guitarras dos pirilampos
Eu ouço acordes das milongas impuras