Deuses Oleiros, Homens Demiurgos

Millena Wainer

Do barro do chão
O Deus artesão a vida esculpiu
Do sopro divino, fez sua obra-prima
O homem surgiu!
Olodumaré, ifá maior
Recebe a missão de Obatalá

O sal da terra à imagem do pai
Hosana, amém! Xeu êpa babá!

Girador tem a missão
Sob as águas nasce o povo de Auí
Destinado às profundezas da destruição
Anhangá os Caruanas faz surgir
O canto da ribeira anuncia
Vem do solo a energia
Para o mundo construir

Da terra rachada, a força da gente
Plantou a semente da resistência
Mãe terra, nosso canto é romaria
Pra seca não matar de sede a insistência

Em viver pra retratar
A sina sertaneja em monumento
No som da feira a arte é a trilha
De um povo em movimento
E assim, a ruína se transforma
A argila ganha forma e saúda o criador!
Homens, santos, deuses demiurgos
Que fazem da arte mensagem de amor

A força que põe o meu povo na rua
Renasce das cinzas, não quebra jamais
Recanto de samba, de arte de bamba
A ave mais bela dos meus carnavais

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