Pássaro que bate a asa
Sobre a Ilha Rasa
Pela imensidão
Se passará na minha casa
Nunca saberei, não
Cinzento sanhaço
No braço do vento
No alento do espaço sem fim
Vem cá cantar pra mim
Vem cá
Que eu me contento só de ouvir teu canto
Vem cá
Que me faz bem, que eu gosto tanto
Vem cá, vem cá
Oh! Pássaro que me extravasa
Quando atiça a brasa
Do meu coração
Teu cântico jamais atrasa
A minha inspiração, não
Teu pio suspenso
No imenso vazio
No fim do lenço de brim
Na corda do jardim
No pé de pau-marfim
Afina o teu flautim
E vem cantar pra mim!