Alter Ego - Augusto Dos Anjos

Maurício Gringo

Da morte estranha que devora as vidas
Eis-me longe dos rudes estertores
Sem guardar os micróbios homicidas
De eternos atavismos destruidores

Tenho outro ser talhado pelas dores
De minhas pobres células falidas
Que se putrefizeram consumidas
Com os seus instintos atordoadores

Não sou o homúnculo da hominal espécie
Da terrígena raça que padece
Das mais pungentes heteromorfias

Mas contérmino à carne, que me aterra
Envolvo-me nos fluidos maus da terra
E sou o espectro das anomalias

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