Sina de Poeta

Mau Sant'Anna

Deus me livre ser poeta
Pra sentir a dor do mundo
Preferia a linha reta
Sem dilemas tão profundos

Na verdade, tal ofício
Não se escolhe simplesmente
Seja vocação ou vício
Traz sequela permanente

Mesmo sendo amargurado
Com razão nessa lambança
O poeta é condenado
A cantar a esperança

Ademais, está fadado
A viver do amor alheio
Sem o seu concretizado
Segue atrás do que não veio

E da insurreição tardia
Que hoje é só melancolia
Pra quem ousa conspirar

Nos poetas, afinal
Não há vida pessoal
Nem há dor particular

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