Papel e Caneta

Matheus Crippa

Um brinde à intimidade
Nossa relação duradoura
Fico pela metade a te reencontrar
Pra me encontrar em minhas aflições

Você e sua sede de vida
Poço das memórias e das sensações
Vivo e volto louco pra te contar dos devaneios, das minhas questões
Tudo que escrevo, aceita
Traduz mais de mim, o que sou
Espelha o azul da caneta, reflete o interior
Qualquer hora é lugar
Qualquer ser é estar

E quanto mais eu corro, mais escorro, borro, pedindo socorro
E aí tá você, pra me ajudar, pra me sacudir
É quem olha por mim, fala comigo, permite me ouvir

Você é o colo das dores do mundo
Que por um segundo não me deixa ruir, faz suportar
O pra quê disso tudo
Que por mais absurdo, passa

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