Do Avesso

Mariana Camelo

Declaro encerrada
Mais uma temporada
De tempos secos ao Sol

Em meio à tempestade
Mais uma alvorada
Aqui estamos a sós

Eis uma nova história
Que escrevo em tua boa
Com a cor do meu batom

E deixo registrado
Em meu porta-retrato
O que vivemos de bom

Você me vira do avesso
Te arremesso
Contra a parede que está suja de giz
Me viro e te perco
E enlouqueço
Penso, mas não te sequestro por um triz

Porque eu não te pertenço
Eu não te pertenço

Conheço o teu limite
Pra você não existe
E ultrapassa o céu

Um pássaro de fogo
Que queima o próprio voo
Com sua chama ao léu

Seu canto para o tempo
Forte, agudo e lento
Em uma dança febril

Aguardo o teu retorno
Pousando em meu corpo
Com seu encanto sutil

Você me vira do avesso
Te arremesso
Contra a parede que está suja de giz
Me viro e te perco
E enlouqueço
Penso, mas não te sequestro por um triz

Porque eu não te pertenço
Eu não te pertenço

Você me vira do avesso
Te arremesso
Contra a parede que está suja de giz
Me viro e te perco
E enlouqueço
Penso, mas não te sequestro por um triz

Porque eu não te pertenço
Eu não te pertenço

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