Correnteza da Sorte

Marcelo Lavrador

No fim da curva do rio
Eu vi meu barco vazio
Sendo arrastado pro mar
No vim da curva da vida
Senti no peito a ferida
Morri do medo de amar

Meu barco solto sem norte
Na correnteza da sorte
Vagando sem paradeiro
Cada trapiche uma morte
Cada paixão era um corte
No peito do timoneiro

Meu coração era um barco
No rio que hoje é um charco
Da vida que atravessei
Água que dá juventude
É chuva que enche um açude
Do amor que sempre neguei

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