Galpão de Capim

Mano Dias

Tenho um galpão de capim coberto
Que eu faço fogo de madrugada
Pra chimarrear com minha prenda
Quando amanhece branqueando de geada
Cevo um amargo num Porongo doce
Água aquentada na chaleira preta
E os meus bois já tão me esperando
Pra mim canga eles na carreta

E os meus bois já tão me esperando
Pra mim canga eles na carreta

Levanto cedo e acendo um paieiro
Bato os tição e faço um mate bueno
Enquanto o dia vai clareando
Vai levantando um pouco do sereno
E a chinoca por ser caprichosa
Varre o galpão enquanto eu canto um pouco
Eu mateando em roda do burraio
Goleio um trago e toco a oito soco

Eu mateando em roda do burraio
Goleio um trago e toco a oito soco

Tenho um cabide que eu ergo as minhas cordas
Tenho uma guampa que eu boto cachaça
Tenho uma daga que me acompanha
Nalgum buchincho que eu boto arruaça
Uso um revolver entupido de bala
Que me defende em alguma braba
Quando eu não saio com ele queimando
Eu saio cortando com a velha adaga

Quando eu não saio com ele queimando
Eu saio cortando com a velha adaga

Tenho um cavalo na estrevaria
Que come bioa inverno e verão
Tenho um prepara de corda trançada
Um par de arreio e uns pelegão
Os meus cachorros são bem ensinado
E me acompanham por onde eu ando
Quando e me apeio do meu redomão
Ficam deitado perto me cuidando

Quando e me apeio do meu redomão
Ficam deitado perto me cuidando

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