Meu Nome É Ninguém

KO

A menorzada quer mulher, grife e carrão
Quer drip, quer capilé e eu entendo irmão
E quem não quer, ué? Mas cê vê eu confesso
Falo por quem se afoga em duro regresso

Pelos que vivem na dor e no abandono
Os solitários caídos do próprio trono
Pelos falidos, oprimidos, os sem lei
Pelos patéticos, por ti, e por quem não sei

Mas o que escrevo aqui não é pose ou disfarce
É só feitiço do tempo que se desfaz
E mulher? Só tem uma, o resto é cartaz

Meu nome é ninguém, mas tu vai ouvir, anota

Silêncio, escuta essa voz que vem da ausência
Nomen Nescio, o eco entre dor e essência
Pra galera sou ninguém, pode zoar
Mas pra você sou o K e tu vai lembrar

Drummond me perdoa: Eu canto o mundo caduco
Se há esperança ela dança em tempo turvo
Tenho paciência, sete luas ou um ano
E nesse prazo eu escrevo o que hoje é insano

Carrego essas palavras todas entaladas
Roucas, duras, afiadas, desesperadas
Querem romper a garganta, querem sair
Mas a dor é muda e a gente aprende a rir

Talvez melhore, confesso: Boto fé
Mas não somos as coisas, me escuta mulher

Meu nome é ninguém, mas tu vai ouvir, anota

Silêncio, escuta essa voz que vem da ausência
Nomen Nescio, o eco entre dor e essência
Pra galera sou ninguém, pode zoar
Mas pra você sou o K e tu vai lembrar

Bardo do Rio, um zaralho de anônimo
Brinco com palavras, enrolo o pronome
Conquisto na calma, mineirinho demais
Comendo nas bordas, ganhando sinais


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