O Tempo e o Vento 2

Ivo Fraga

Havia na boca da noite
Um riso languido e triste
De moça que vai ao baile
Se vê no espelho e desiste

Quando os ventos enlouquecem
Esquecem o próprio caminho
Já não chegam, já não partem
No giro dos redemoinhos

Havia no ventre da tarde
Uma oculta cicatriz
Atalhos que a morte abre
Num corpo de meretriz

Quem sabe onde o vento nasce
Não procura nem espera
Não tem destino ou morada
Quem tem por berço tapera

Havia uma Lua em desmaios
Como a aurora teve um filho
O Sol enfiou esporas
E galopou seu tordilho

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