Ode Ao Que Não Fui

Gustavo Nassar

Quando encontrar teu corpo caído
Nesta terra seca e sem fim
Teu lenço é um relicário
Contarei de forma forte à tua mãe
À tua filha nunca
Levarei tua sombra às outras vozes
As outras vozes as outras vozes

Este é o muro do mundo
Selado em teu nome
Murmúrios no submundo
A entrada é pelos fundos

Tuas palmas sobre o assoalho correrão
Sem encontrar o arrastar da cadeira
Subirei ao alto do vale
E o vento levará aos cantos tua história
Irei ao fundo dos vales fecundos
E livrarei teus inimigos
À tua espera à tua espera

Este é o muro do mundo
Selado em teu nome
Murmúrios no submundo
A entrada é pelos fundos

A honra apertará sua mão na saída
Nas folhas em dias sombrios
As escadas continuarão
Ritualmente lavadas aos domingos

As gerações de felinos nascerão sob as jabuticabeiras
Mas o livro dos dias se fechou
Com o ocaso que vivera duas vezes

Este é o muro do mundo
Selado em teu nome
Murmúrios no submundo
A entrada é pelos fundos

E com o sangue foi selado em teu nome
Em teu nome!
Em teu nome!
Nos olhos de quem esperava por vidas
E com o sangue foi selado em teu nome

Em teu nome!
Em teu nome!
Nos olhos de quem esperava por vidas

Em teu nome!

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