Crack, cocaína
Fogos e trocas de tiros, chacinas
Tem polícia na esquina, neblina
A maldade em todo canto, Londrina
Segunda capital, é a cidade da cocaína
Onde o cotidiano violento é uma rotina
Andando sobre o vale da sombra da morte
Minha fé persiste em manter a mentalidade mais forte
Parece cocaína, mas é ansiedade
Abstinência, aniversário de sobriedade
Pra variar o país contraditório
Que tem menos festa de aniversário que velório
Mais balas traçantes do que fogos de artifício
Ela se jogou do quinto andar de um edifício
Ele responde por tentativa de homicídio
Ele tava seguro porque tava fora do seguro
Juiz julgou pelo seu tom de pele escuro
Ninguém vigia o vigilante e ele faz a regra
Do absurdo do racismo imundo
Justiça no Brasil é feita em tabela de cor
Punição de regra clara que se aplica ao mais escuro
Neurose é oxigênio, realidade é pesadelo
Acordado, ouvindo vozes dos que morreram
Respeito proceder e zelo
Somente a grana não vai satisfazê-lo
Quantos se perdem em vão
Enquanto a vida é edificação
Nossos aprendizados são feitos de ressignificação
O que significa a ação, da resposta ser a busca de evolução
Interior
Pra revolução exterior
Respira, Inspiração necessária
Como se fosse um parto natural
Mas algumas mentes são tão fechadas
Que precisam de cesária
Do mental pro espiritual
Tudo o que transmite vida
É gerado por uma vivência
Surreal, meu pacto
Fazer causa ser maior que a existência
Passa na lente a visão por pura transparência
Auto compreensão é transcendência
Nunca esqueça
Onde reside sua essência
Deus ilumine a minha quebrada
Proteja dos demônios de farda
Exu ilumine e abra meus caminhos
Sei que contigo não tô sozinho
Uma criança com uma pistola na mão
É o retrato do país que a gente vive
Disposição, arriscando a qualquer preço pela ascenção
Algumas são assaltantes, algumas são meretrizes
Ladrão rouba do empresário
Advogado rouba do ladrão
Presidente rouba da nação
Mentalidade carcerária
Perfurada com bala na porta da agência bancária
Daria um filme, uma pistola na mão
Sagacidade na mente e a cobrança pra vingar o irmão
Quem aponta o dedo perde pra quem flexiona
Ou você controla sua mente, ou é ela quem te doma
Tem um cemitério clandestino em frente minha casa
Com pessoas lavando sangue que escorreu numa calçada
Enquanto condenam coca numa socola
O ácido é legalizado na lata de coca-cola
Malandro quer intelecto
Quem paga de foda é mongol
Tipo criança na ilusão do leite tá bebendo formol
Princípios se desvalorizam no expor da indecência
A cura adulterada mata mais do que a doença
A AIDS não tem cura porque não é negociação
Logo não tem motivo pra achar lucro sobre a discussão
A liberdade voa dentro de um coquetel molotov
Eu não confundo o porte com uma posse
Mesmo se eu morrer
Eu permaneço vivo no espírito motivacional de cada um
Sua ameaça de morte não causa medo, não é segredo
Cê nem se revela e eu sou um homem comum
Fodam se os fakes que tentaram me calar!
Mesmo se eu morrer a minha voz vai tá no ar!
Eu salvei tantas vidas que minha voz se eternizou
Pode até me matar, mas apaga quem eu sou!
Terão que me matar
Para que eu não escreva mais passagens
Embora eles possam matar o mensageiro
Nunca irão matar as mensagens
Deus ilumine a minha quebrada
Proteja dos demônios de farda
Exu ilumine e abra meus caminhos
Sei que contigo não tô sozinho