No chão da fronteira no fundão de campo
Que às vezes me acampo na volta da lida
Ao redor do fogo cutuca o tição
Chispando o clarão de faíscas perdidas
Num facho de lume parecendo estrelas
Me lembro dos bailes lá do rancherio
Saudade me invade me esmagando o peito
Porque lembro o jeito que a gaita abriu
Igual berro de touro bufa a gaita véia
Retumba a epopeia alegrando o povo
Sonido matreiro que brota da terra
Parece que encerra e começa de novo
Assim sigo a trote dançando a contento
E o meu pensamento me conduz na sala
Aquece a chaleira do meu coração
E as mágoas se vão no revoar do pala
Solito mateando neste devaneio
Vou mateando anseios com a alma embebida
Porque pra um campeiro depois da tropeada
É só uma noitada pra alegrar a vida