Azul Noitão

Eduardo Undergrass

Eu estou trancado para descobrir
A saída do que ainda eu não, escrevi
A lua como um anel, eu não saúdo ao sol
Eu erro o mesmo em todas as vidas que eu não evoluí

Eu falo com eu mesmo, e peço calma
Em tudo eu vejo oração sem alma
Eu vi os vermes disputando os restos, de nada
Eu corto meu cabelo e ligo o rádio
E sou culpado por não estar nesse cenário, de gala

Eu me afio com as laminas das cartas
Cinco pontas que protegem minha casa
Me alimento do que corto numa tábua, de esmeralda

Eu acendo a vela pela claridade
Boas vindas pra selar uma amizade
Com licença pra partir, escrevo simbolos, em minha palma
Samedi distância até, aquele encruzilhada
Pra saber se essa ponte ta aberta ou ta fechada

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