Confinado a solidão

Bruno Negromonte

Quero ter você aqui,
Sinto tanto a sua falta,
Como posso ser feliz,
Se o que a ti condiz,
Sem ter você não me conduz a nada.

Quero tanto proferir,
Dizer te amo a todo instante,
Ver que nem tudo no mundo é breu,
Que basta um olhar teu,
Pra uma semente surdir em mim.

Minha flor,
Meu mundo sem o seu calor congela,
A liberdade sem você pra mim é cela,
Me vejo confinado a solidão.
Meu raro sol,
Sem ter você aqui meu arrebol consiste,
Em ser escuro, vazio e tão triste,
Crepúsculo que chega sempre em vão.

Me entornas pra dentro de ti,
Pois sem você sou incompleto,
Espero então você chegar,
Para me atestar,
E me tirar desse vil deserto.

O que há de mais sagrado,
Não pode assim desvanecer,
Eterno esse amor se fez,
Pura insensatez,
Se não tentarmos ele viver.

Estrela minha,
Sacrário que habita meu sentimento,
Consagro meu destino em um momento,
Será quando você render-se enfim.
Meu lume raro,
Clarão que ilumina meu pensamento,
Tudo o que almejo como acontecimento,
Quem sabe é poder de ter pra mim.

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