Na Berlinda

Bravo e Meio

A sede é mesmo de sangue, e não adianta correr
E nem precisa ser verdade se o discurso convence
Se explicou demais, já dá certeza da culpa
E se ponderou um pouco, duvidar ainda é cúmplice

O cheiro espalha no ar
Despertando e atiçando toda a matilha
Escarnece, rosna e ri sem coragem de ir pra cima
E os abutres já de olho na refeição do dia

Nas sombras do anonimato
E com a certeza de que
A marreta bate sempre em quem tá sempre na vista
Não importa se a hiena rindo faz pior todo dia
Não importa, se ninguém nunca a colocar na mira

O cheiro espalha no ar
E quem vigia e pune a quem pune e vigia?
E cobra posturas que nunca vai ter na vida
O mundo todo em chamas pra reinar sobre as cinzas

E no final o pau dá só em Chico e fica tudo bem
Mas uma hora o Chico muda
Degrau a degrau da guilhotina sempre tem espaço pro próximo
Robespierre arrependido
E afinal quem vai se levantar e ter coragem
De enfrentar a turba?
É irracional, puro ódio pelo ódio, nada se constrói
E tudo se deturpa

O telefone é sem fio, meia mentira basta
Disse me disse que me disse que disse que faça
O papagaio reproduz e a alcateia caça
Só acordou no inferno entre o fogo e a fumaça
O telefone é sem fio, meia mentira basta
Disse me disse que me disse que disse que faça
O papagaio reproduz e a alcateia caça
Só acordou no inferno entre o fogo e a fumaça

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