Atrás do Balcão

Zé Ramalho

Lembram-se dos cavaleiros
Mesas e távolas, dos garanhões?
Lembram-se das raparigas
Vestidos belos de braços nus?
Lembram-se dos quatro ventos
Que não sopraram nessa direção?
Houve não um tempo mais ameno
Um tremor pequeno no teu coração
Houve não, amor atrás do balcão

Lembram-se dos capacetes
Das carabinas, do matraquear?
Bólides encapuçados
Caminham lentos, não têm o que mirar
Não deixaram anteontem
O sinal do terrorismo na manhã
Um afã de corpos em silêncio
Um tremor pequeno no teu coração
Um afã e a dor atrás do balcão

E o pensamento se consome
Aonde a estrela não vai
E o pensamento se consome
Aonde a estrela não vai
Ê-ô

Lembram-se dos cavaleiros
Mesas e távolas, dos garanhões?
Lembram-se das raparigas
Vestidos belos de braços nus?
Lembram-se dos quatro ventos
Que não sopraram nessa direção?
Houve não um tempo mais ameno
Um tremor pequeno no teu coração
Houve não amor atrás do balcão

Lembram-se dos capacetes
Das carabinas, do matraquear?
Bólides encapuçados
Caminham lentos, não têm o que mirar
Não deixaram anteontem
O sinal do terrorismo na manhã
Um afã de corpos em silêncio
Um tremor pequeno no teu coração
Um afã e a dor atrás do balcão

E o pensamento se consome
Aonde a estrela não vai
E o pensamento se consome
Aonde a estrela não vai
Ê-ô

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