Tropa Refugo

Wilson Paim

Venho lá do alegrete, repontando da fronteira
Pra refugo de ginete, uma tropa de primeira
Dez pilungos, quinze mulas aguentando desaforo
Trinta éguas, dois petiços e quatorze burro-chorros

Trinta é guas, dois petiços e quatorze burro-chorros

Levanta, sacode a crina, olha a estrada mula negra
Que até Santa Catarina neste passo tu não chega

Que até Santa Catarina neste passo tu não chega

Que até Santa Catarina neste passo tu não chega

Puxa que a vida é tirana
Pra tropeiro de refugo
Tirei muita lixiguana
Com foguitos de sabugo

E o sincero que não para
Dia e noite de tocar
Parece que a minha sorte
É que vai ficar por lá

Parece que a minha sorte
É que vai ficar por lá

E ao chegar no saladeiro
A tropa vai descansar
Das paisagens dos potreiros
Nunca mais vai se lembrar

E ao voltar para o meu pago
Vou sentir saudades dela
Só peço que não me espere
Com salame ou mortadela

Só peço que não me espere
Com salame ou mortadela

Levanta, sacode a crina, olha a estrada mula negra
Que até Santa Catarina neste passo tu não chega

Que até Santa Catarina neste passo tu não chega
Que até Santa Catarina neste passo tu não chega

Puxa que a vida é tirana
Pra tropeiro de refugo
Tirei muita lixiguana
Com foguitos de sabugo

E o sincero que não para
Dia e noite de tocar
Parece que a minha sorte
É que vai ficar por lá

Parece que a minha sorte
É que vai ficar por lá

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