Íngua

Waldir Damasceno

Lá vem aquela íngua,
Osso duro de roer
Sem qualquer trava na língua
Se quiser pague pra ver
Lá vem aquela moça,
Esbelta e jovial,
Com nariz empinado
E olhar senhorial.

Como ela é decidida!
Sempre sabe o que faz;
Um exemplo de vida
É guerreira e corre atrás
Lá vem aquela íngua
Por muitos é temida
Pela língua afiada,
Porém, também é tida
Por boa camarada.

No fundo é justiceira;
Não lhe pise em seus direitos
Ela vira barraqueira
E lhe mostra os seus defeitos
Lá vem aquela íngua.
Ela é dose pra elefante,
É mesmo uma parada
Pelo povo, ao mesmo instante,
É amada e odiada.

Quero tê-la como amiga
Por toda a eternidade,
Pra não ser alvo de intriga
Que venha dessa beldade.

Lá vem aquela íngua
Quem avisa, amigo é
Eu lhe dou esta certeza:
Quem pega em seu pé
Rema contra a correnteza
É bom que se peça ao papa
Que canonize o marido,
Pois não existe no mapa
Um mártir tão carecido
Lá vem aquela íngua

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