Noa Noa

Vitor Ramil

Paul Gauguin,
vendo o sol
habitar
o que vê,
diz adeus
ao ocaso ocidental.

Verde mar
de coral
a seus pés,
e um céu
violetamente céu.

Amanhã,
talvez depois
de amanhã,
quando for
o que for
acontecer;
talvez
a cada manhã,
o suor
do trabalho
e do prazer.

O amor
logo vem
ser o sol
que ele vê;
a mulher
veste o ouro da nudez.

Paul Gauguin
é feliz,
afinal.
Também nós
o seremos uma vez.

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