6 da matina o dia atreve clarear
O falcão do Morro Loko vê se dá, pode pá
E quanto mais vale a vida do pobre do cidadão?
Pela condição de vida que o estado dá
Na favela a verdade
É ser feliz de verdade
Cê que vende droga pá menor de idade, seu covarde
Tamo ai na lapa até mais tarde, atividade
Meio-dia cristo me recebe de braços abertos
Carioca é malemolente, sempre esperto
Pra aqueles que tão pouco tem e muito sabe
Essa é a sua arma nesse canto da cidade, é
Jogo do bicho, lixeiro, tio da latinha
Tijolo, sangue, choro de prostitutas nas esquinas
Sangue na parede não é grafitti
Então porquê tantos persistem? Yah!
O morro cai mas não vai parar
O morro cai mas não vai ó
Da zona oeste ao flamengo
A morte sempre marca um tento
Só não vê quem é ingênuo
A bala perdida te acha
E Dona Maria, cansada e sozinha, se esconde com as suas filhas
No canto do quarto, o retrato é tátil de toda essa sua rotina
Implora e gagueja: Não levem embora as minhas meninas
A polícia então atira, outra preta viro estatística!
Estrela candente no morro
É bala traçante, eu corro
O sonho perfura o torso
Morador pede socorro
Outro moleque vai novo
Ainda daremos o troco
Pois ainda aqui
Morro virou verbo!
O morro cai mas não vai parar
O morro cai mas não vai ó
Da zona oeste ao flamengo
A morte sempre marca um tento
Só não vê quem é ingênuo
A bala perdida te acha