O Meu Santo Bebe Canha

Ricardo Bergha

Quando novo me falaram, do meu Santo protetor
Mas cresci botando fé, no Pai velho Redentor
O meu Santo bebe cãnha, e se tem por meu compadre
Mas eu acho que ele mesmo, não se tem por Santidade

Quando vou tomar um trago, tem um gole que é pro Santo
Mas porem se eu facilito, ele bebe mais um tanto
O meu Santo sem auréola, que se lambe por um trago
Toma aquele que arrepia, que eu recuso por amargo

Quando vou para o bolicho o meu Santo me protege
Quando volto para o rancho, já pro Santo sou herege
Hoje entendo o Santo véio, porque sempre me acompanha
Pois não é pra me cuidar, mas por gosto de uma cãnha

Vez em quando logro o Santo, quando a cãnha ta escassa
Pra tomar um gole seco, fica o Santo de negaça
Quando ele não espera, já tomei aquele gole
E ele fica de tocaia, se da gaita eu abro o fole

Tenho cãnha mocoziada, lá no passo da invernada
E tem outra casco branco, onde mora a mão-pelada
Numa toca de coruja, lá tem outra seladita
Esta eu deixo escondida, do meu Santo e das visitas

Se assim sou prevenido, é por medo que se acabe
E a que levo nos arreios, só o Santo que não sabe
Na verdade, estou pensando, no conselho do Amaranto
Ou eu paro de beber, ou eu troco então de Santo

Tracker

All lyrics are property and copyright of their owners. All lyrics provided for educational purposes only.