Esperando furacões

Religare

Venha outra vez, tomar-me pelas mãos e me guiar
Por entre essas fábulas que sempre souberam
Do tanto faz de fazer-mos existir essas histórias
Que por muito, nos permitiram, por tanto tempo
Desviar-nos dessas nuvens tão cinzas
Quando sei que tudo acaba em nos matar
Afogados em sonhos os quais sempre nos fizeram seguir
Por esses dias que insitem em não ter fim

Me faça ouvir tua voz ressoar e assim
Ver o céu gritar que sou tão teu
Que nada seria capaz de alcançar
O efeito singular de tua paz

Já não aceito ouvir
De um mundo incerto que por sempre não se cansa
De negar-me os sentidos que tanto espero
Dizer-me que há outras coisas, e quem em seu peito imperam duvidas
Foi o mais cruel, aval ao inimigo
Assim que sinto o cheiro de pó e me vejo sujo
Mas não me toque e prometa-me esperar pra ver, pois meu levantar lento
Será ao maximo transparente, da mesma forma que cai demente

Me faça ouvir tua voz ressoar e assim
Ver o céu gritar que sou tão teu
Que nada seria capaz de alcançar
O efeito singular de tua paz

Me envolve, ao ver que pra sempre haverá em mim o mesmo querer
Que por vezes em ti me ensinou que no mundo só se vive
Quem souber se permitir!

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