Olho para o chão e não vejo nada
É assim que me vejo quando tô no espelho
Remorso na alma, frustração me abala
Este sentimento me deixa alheio
Quem sou eu?
Eu não sei
Sou o Eu-lírico de uma singela história?
Sou o Eu-lírico de um conto sobre glórias?
Sou o Eu-lírico de um cântico católico?
Sou o Eu-lírico de uma trova heroica?
Não, eu apenas não sou ninguém
Sabe quando você sente borboletas na barriga?
Eu sinto isso, porém são afiadas
São tipo espinhos que me apunham no meu peito
Me deixam sem reação, aflito
Reflita sobre isso
Pensamentos vagos, sendo que mudei de vida
Era viciado em romances passageiros
Agora sou um vagabundo que sonha em ser um cantor
É engraçado pensar tudo isso
Às vezes é preciso abraçar a solidão
O que eu sinto agora pode ser fatal
Este mesmo sentimento
Possa fazer meu funeral
E eu sei que não é normal
Mas eu tô relevando
Eu tô bem, não é?
Não penso nela há mais de um mês