Nos bailes do meu Rio Grande, desses de levantar a poeira
Lá num canto arrinconada, chora uma gaita manheira
E a indiada vai bailando, no corcovear da vaneira
Eta baile macanudo, que faz no interior
Dança branco, dança preto sem preconceito de cor
E não falta alguém que pague, um trago 'pros tocador"
Esse é o baile do interior, da minha gente faceira
Que troca o cabo da inxada e a bruta lida campeira
Por uma noite animada embalada na vaneira
Sempre tem um índio torto, oitavado no balcão
Murmurando suas mágoas, só por causa dum carão
Pois quem não dança vaneira, acaba sempre na mão
Derepente a gaita para, surge um grito na cozinha
Com licença gauchada, vamos rifar a galinha
E o lucro deste sorteio vai todo pra capelinha
Esse é o baile...
Sempre...