Quando morre um gaiteiro
O povo fica chateado
Como é que um xirú desses
Vai tão cedo pro outro lado?
Além de parar o fandango
Deixa a moçada ao léu
Deve ser porque São Pedro
Tá começando mais cedo
Sua festança no céu
Que não morram os gaiteiros
Que não morra a tradição
Pois um fandango sem gaita
É um corpo sem coração
Que não morram os gaiteiros
Que não morra a tradição
Pois um fandango sem gaita
É um corpo sem coração
Quando morre um gaiteiro
O Rio Grande entristece
É a alegria do povo
Que, no fole, emudece
Desfazendo a tradição
Se perde um galo na estampa
É um gaúcho que se vai
Ao encontro de Deus pai
E calando a voz da pampa
Que não morram os gaiteiros
Que não morra a tradição
Pois um fandango sem gaita
É um corpo em coração
Que não morram os gaiteiros
Que não morra a tradição
Pois um fandango sem gaita
É um corpo em coração
Quando morre um gaiteiro
Chora a alma da peonada
Sente a falta da cordeona
Tocando de madrugada
Dizia o velho Adelar
Que se foi dando o recado
Só vai ficar na memória
A gaita fazendo história
Num floreio do teclado
Que não morram os gaiteiros
Que não morra a tradição
Pois um fandango sem gaita
É um corpo em coração
Que não morram os gaiteiros
Que não morra a tradição
Pois um fandango sem gaita
É um corpo em coração