Guri de Rua

Os Monarcas

Cara suja, pés descalços, calça curta se chapéu
Sorrindo dos risos falso implora perdão ao leu
Cantando o choro dos altos todos coberto de céu
Camisa cobrindo o cós, a mão aberta estendida
O riso embargando a voz da multidão comovida
Ante o perfil do algoz procura nova saída

O teu amor, minha voz, a tua mão estendida
O que seria de nós se não houvesse outra vida

Olhar atado no chão, pensamento na distância
Os braços da solidão pedindo mais tolerância
E um pedacinho de pão pra nutrir a sua infância
Piazito esse meu verso foi tirado bem do fundo
Do ventre no universo pra ornamentar teu mundo
De sentido tão diverso que vem e vai num segundo

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