Sou gaúcho da raça campeira onde a força do braço vigora
Fui criado domando em mangueira conto a vida nos dentes da espora
Quando a lida do dia termina lavo as crinas e vou mundo afora
Sob a luz da estrela boieira lá pro povo no más eu me espicho
Sigo o rumo do meu pensamento que espera amarrar um cambicho
Quebro o queixo do meu coração no balcão do primeiro bolicho Bis
(Para ouvir um gaiteiro tocar
Cruzo matas, canhadas e rio
Sinto a alma bailar num espaço
No compasso do velho bugio)
Se algum de toque de gaita me chama dou de rédea no meu pangaré
Me ouriço que nem ganso novo e me atiço pra ver onde é
Sinto as tripas roncarem faceiras e coceira na sola do pé
Se for baile me achego de vez por fandango não sinto fastio
Vou entrando, saudando o gaiteiro negaciando onde está o mulherio
Dou de mão na primeira pingüancha e abro cancha marcando o bugio Bis
Nesta vida de lida e romance china alguma me bota retovo
Quando a barra do dia floresce eu regresso pra domar de novo
Floreando no meu assobio o bugio que ficou lá no povo
Volto a trote pra lida campeira de chapéu tapealito na testa
O perfume da china no pala é recuerdo que ainda me resta
Que me importa voltar sem os trocos pois sou louco por bailes e festas Bis