Pontaços de Guerra

Luidhi Moro Muller

Tua história Caxias, tem pontaços de guerra
Maragatos e chimangos, sangraram aqui na serra
Junho de 94 tem peleia em Caxias
Era a saga federalista campeando melhores dias

São marcos oferece soldados federalistas
Que Zé Nicoletti comanda contra os pica-paus governistas
Traz com ele poloneses, imigrantes descontentes
Que rumbeiam a Caxias nas fileiras combatentes

E vem da Vila Oliva da fazenda do Raposo
Dom Belizário Batista maragato dos "famoso"
Se unem os dois comandantes, peleadores declarados
Invadem a Vila Caxias, brotando dos quatro lados

Madrugada de sangue, serração e de gritedo
Curumbamba de balas e reilinchos sem segredos
São Pedro e São Paulo eram os santos do dia
Imaginar tal ofensa nenhum ateu poderia

Era a guerra federalista emalando morte e medo
Chegando em Santa Tereza no seu mais bruto enredo
Vila Caxias dividida entre os dois ideais
Oprimidos federalistas, republicanos os demais

Nem o imigrante italiano recém aqui chegado
Compreendia ser direito tanto sangue derramado
Mas alguns se decidiram e tomaram o seu lado
Guardeando os maragatos lhes oferecendo costado

Cinco dias de invasão até a ajuda republicana
Que se rumbeou de Mostardas para a peleia serrana
Vencedores e vencidos descansam no mesmo chão
Sob diferentes cruzes da mesma revolução

Até a marca degola veio aqui fazer morada
Dando ao invasor maragato a gravata colorada
Era a nossa jovem Caxias na guerra federalista
Defendendo o solo serrando dos desmandes caudilhistas

Caxias Chimanga, Caxias Italiana
Caxias Maragata, pra sempre uma serrana
Caxias Chimanga, Caxias Maragata
Caxias Liberdade, que até hoje não se ata

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