Um pala branco de seda
Me acenou na despedida
De um domingo ensolarado
Que nublou com tua partida
Ficamos eu e a saudade
Sorvendo a ânsia contida
Quando a lagrima do adeus
Correu na face sentida
No silêncio dos domingos
Busco tua voz esquecida
No vento que chora fino
Como num sopro de vida
No silêncio dos domingos
Ficou meu terno desgosto
Que sorvo por entre os mates
Onde recordo teu gosto
O passo firme do baio
Que se escorava no freio
Como teimando o retorno
Da volta de algum floreio
Ladeava buscando o rancho
Deixando as léguas pra trás
E um pala alvo acenando
Em flecos brancos de paz
Meus domingos silenciaram
Minha alma emudeceu
Pois levaste meus anseios
Talvez pra junto de DEUS
E ainda a vejo em meus sonhos
Sobre os arreios sorrindo
Engarupada num baio
No silêncio dos domingos