A primavera derruba no pasto
Descendência dos touros que a vida anuncia
Uma baia que berra no instinto materno
Farejando morto da última cria
Enjeitado do mundo berrando de fome
Nelore minguado no parto se escapa
De pronto um campeiro apruma um cutillo
E do couro do morto ajeita uma capa
A baia por mansa aceita o terneiro
Fareja sestrosa o cheiro do outro
Enxertado de campo mamando o brazino
Um pala genuíno do couro do morto
Lições doutro tempo que a lida repassa
Olhar de quem vive feito peão mensual
Se eternizam no campo matando a sede
De quem bebe o apojo do ofício rural
O campo aproxima apartados do mundo
Sustentos minguados o seio da terra
Um quadro precioso, um terneiro emponchado
Deixando o ubre da mansa que berra