Apenas em versos te tenho em meus braços
Somente em meus sonhos sou dono de ti
Te trago em poesia vestida de aurora
Quem canta não chora, nem mesmo ao partir
É larga a distância de dois corações
Mas curto é compasso que bate e palpita
Em mim a rudeza, das lidas do campo
Em ti a beleza da flor mais bonita
Foi o brilho dos teus olhos refletindo em noite escura
Teu carinho tua ternura entre beijos e abraços
Foi por tê-la em meus braços fiz teu catre no meu peito
E por tê-la desse jeito hoje és dona dos meus lábios
Estas mãos tão calejadas golpeadoras de ventenas
São suaves como penas quando trança teu cabelo
E num gesto de carinho trago flores lá do campo
E estes versos para um canto sendo teus os meus desvelos
Ficou a milonga falando de nós
Singelos adornos de pura ternura
Por isso te canto... Amor primavera!
Na ânsia da espera por tua candura
Ficou o teu beijo no gosto do mate
Matiz escarlate em lábios de aurora
Restolhos de afeto, resquícios de afago
No canto que trago pra ti nesta hora