No bojo desta guitarra
Habitam velhas milongas
Minha mão campeira se agarra
Nas crinas destas bordonas
Neste alambrado sonoro
Onde cerco minhas penas
Aparto as mágoas que choro-
Na invernada dos temas
Quando a milonga se entona
Ao pé de um fogo de chão
Vibram primas e bordonas
Dando alma e vida ao galpão
Ecoa um berro de touro
No grave da corda mi
É ferro em brasa no couro
Dos que se encantam de ti
Há o gume de uma adaga
No agudo das duas primas
Chama que nunca se apaga
Milonga das minhas rimas