Ensimesmados transparentes olhos claros
Feiticeiros olhos raros que enxergam por sobre as esculturas
Singelas armaduras vendo um mundo diferente
Das retinas experientes sem ares para protesto
Assim são os mestres da literatura dos gestos
Um sonho de luz escura traz um brilho de alma pura
Iluminando o peito da gente
Ao som de uma velha gaitita que num suspirar ofegante
Faz verter em meu semblante a lágrima que carrego
Enxergando o próprio mundo de um sentimento cego
Sem medo de encontrar um caminho
Sei que nunca estou sozinho
Vou pra onde o som me leva
Vou em busca do destino
Que as ilheiras me carregam
Passeando manso no caminho dos botões
redesenhando as visões na sinfonia da alma
Dou rédeas a um sentimento transfigurado nos dedos
Que revelam meus segredos donde meu peito vibra
Arquitetura das mãos versejando junto às libras
Na melodia estradeira de uma gaita botoneira meu mundo se engrandece
Ao som da gaita que aquece os meus olhares tristonhos
Dando vida aos meus sonhos e a visão do inexistente
Pois essa é a realidade de um eterno experiente