Do frio da Dinamarca soprou o vento
Trazendo o nome Petersen no som do tempo
No sul do mundo, cruzou mares, cruzou fé
Entre campos verdes e sotaques de café
Lá dos vales de Leiria e Paiva antiga
Vieram reis e sonhos, espada e cantiga
Dos Açores ecoa um fado no cais
Chamando os filhos que o destino traz
Mistura de céu, de sangue e chão
Vozes antigas cantam em mim canção
Sou do norte e do mar
Sou do sul, do olhar
Sou da bruma e do Sol
Sou o vento ancestral
Carrego em mim as pontes do tempo
Sou mistura, sou movimento
Pereira, Pimentel, Sarmento e fé
Nos navios que o passado traz de pé
Horbach, Jost e Huck no chão gaúcho
Raízes firmes, coração em fluxo
Na Lagoa o vento canta em português
No sotaque doce que o tempo fez
E cada nota, um pedaço de lar
O sangue do mundo a pulsar no lugar
Sou do norte e do mar
Sou do sul, do olhar
Sou da bruma e do Sol
Sou o vento ancestral
Carrego em mim as pontes do tempo
Sou mistura, sou movimento
Sou história viva em cada respiração