Nascer já não basta, tem que editar
Filtros na cara, programa no olhar
Corpos em série, sorriso padrão
Corações com chip, sem emoção
Quem precisa de alma se dá pra baixar?
Versão 3.0 pra se apaixonar
Vendendo a verdade por mais seguidores
Trocando espelho por mil sensores
Somos humanos de fábrica, carne e metal
Coração sintético, amor digital
De tanto fingir, viramos máquina fria
E os robôs parecem ter mais empatia
Homem, mulher, já nem sei quem é quem
Trocando de código pra caber também
A forma é perfeita, mas falta sentido
E a alma grita num corpo perdido
Selfie no templo, culto da vaidade
Mas por dentro reina a falsidade
Programas de amor com data de uso
Sentimento virou um mero recurso
Somos humanos de fábrica, carne e metal
Coração sintético, amor digital
De tanto fingir, viramos máquina fria
E os robôs parecem ter mais empatia
Quem diria, no fim da história
Os autômatos têm mais memória
Enquanto a gente esquece o porquê
Eles ainda sabem o que é ser
Humanos de fábrica, carne e metal
Perdemos o código original
A vida em bits, o amor virtual
O robô chora, o homem é banal