Mágoa de Carreiro

Gilberto e Gilmar

Do meu tempo de carreiro
Só resta recordação
Da minha velha querência
Meu berço de criação

Quando eu chegava cedinho
Coberto de cerração
Eu descia as invernada
Conversando com a boiada
Que trazia no galpão

Eu carregava meu carro
Minha vara de ferrão
Pra sentar no cabeçalho
Ajeitava o meu facão

No rangir dos tamboeiros
E no gemer dos cocão
Eu gritava com a boiada
Pantaneiro e Madrugada
Orgulho do meu patrão

Um dia chegou a notícia
Que feriu meu coração
A boiada foi vendida
Carreiro ficou na mão

No maço de chifradeira
Dei um nó por gratidão
Saí que nem passarinho
Quando voa e deixa o ninho
Lá no alto do espigão

Agora quando eu escuto
O ronco de um caminhão
Roncando pelas estradas
Engrandecendo a nação

Quando eu vejo um onze onze
Carregado de algodão
Saudades mora comigo
O progresso, meus amigos
Levou minha profissão

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