Dia Estranho

Filipa Cardoso

Já sei que hoje vai ser um dia estranho
Não sei como entender pequenos nadas
O amor não dá para saber o tamanho
Nem quando nos faz ver coisas erradas

Por que é que à noite a sós, cumpro o castigo
Que a pouco se resume o meu amor
Entre o querer e o não querer, baixinho digo
Apaga a luz do quarto, por favor

Já sei que hoje vai ser um dia longo
Atreves-me um adeus quase obrigado
Despedes-te á mercê dum só ditongo
Na evasiva questão dum ser zangado

Já sei que hoje vai ser um dia errado
Dos que se alongam sem nunca acabar
E a mágoa no meu peito magoado
Apaga-me o desejo de voltar

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